quarta-feira, 22 de setembro de 2010

Que sentimento mais traidor do que o amor? (Parte II)

Sabem aquele amor perfeito, tipo conto de fadas de que falei anteriormente? Então, era só modo de dizer, e também a minha parte revoltada e magoada querendo explodir...

Eu SEI que aquilo ali não existe mesmo, e não pelo fato do amor de uma forma geral ser uma mentira... mas pelo fato de que todo (quero dizer literalmente TODO) relacionamento, por ser feito de DUAS pessoas, terá seus momentos “im”perfeitos de alguma forma. O que então vai diferenciar um relacionamento do outro? Acho que talvez o fato da perseverança, da persistência, da vontade real de fazer aquilo dar certo de ambos os componentes de uma mesma relação. E o amor é fundamental aí.

Muitos desentendimentos e relações frustradas teriam sido poupados se juntamente com aqueles lindos filmes infantis nos dissessem a verdade, do tipo: “Não procure o seu príncipe encantado num homem perfeito, porque ninguém é perfeito, minha querida. Procure o seu príncipe no homem que mais tocar o seu coração e aprenda a amá-lo de todas as formas, com seus defeitos e qualidades, pois o amor supera tudo!”

Não ia ser mais legal assim? Se desde o início não ficássemos só buscando no outro a perfeição de um relacionamento, mas sim aprendêssemos a construir um equilíbrio juntos, com cada experiência vivida, com a finalidade de exercitar nossa tolerância, nosso altruísmo, nossa pura doação de amor sem querer com isso receber nada em troca...

É claro que o outro é fundamental, já que um casal é feito de duas pessoas... rs... Mas o que quero enfatizar aqui é o quanto esperamos no outro sem antes verificarmos nossos próprios vícios de comportamento e atitudes que precisam ser reavaliados e readaptados. Resumindo, olhamos com mais freqüência e facilidade o erro do outro do que os nossos próprios erros.

Se eu sou persistente???... Sim, eu sou. Sim, eu fui. Era até uma boa pessoa, na medida do possível. Com seus defeitos, como qualquer outro, e com suas qualidades também. Eu acho que, no fundo, eu me desprezava demais e um sentimento de constante insegurança arruinava com a minha felicidade...

Ele? Ele era um príncipe cheio de qualidades... Primeiro por ser tão lindo que cada vez que eu o olhava, mesmo com o cabelo revirado depois de levantar, mesmo com a barba por fazer ou com um alface preso no dente, o meu coração palpitava e eu tinha a certeza que não ia existir no mundo príncipe mais lindo do que o meu!!!

Ele não lavava a louça nem nunca cozinhava, mas sempre quis me ajudar em tudo o que eu fazia, mesmo só quando era preciso um apoio ou uma palavra de conforto. E até que ele gostava de se fazer o meu protetor desde sempre...

Uma coisa que eu admirava demais nele era a sua inteligência... e nem me importava em parecer menos culta ou esperta na sua frente... apesar de ter um pouco de ciúmes dele nos concursos...rs. E uma coisa que me deixava muito feliz era quando ele me achava boa em alguma coisa, como escrever ou costurar...

Ele tinha um coração bom, seu caráter era admirável e me ensinou muitas coisas sobre responsabilidade, tanto na vida profissional quanto na pessoal. Tinha um quê de liderança e o seu caminho era promissor pelos seus próprios esforços. Sempre foi batalhador e honesto. (Qual mulher não sonha com isso?) Relutava um pouco em ajudar qualquer estranho, mas nunca deixou um amigo ou conhecido sem amparo.

Ele tinha outros planos, outro tempo diferente do meu, e com certeza, veio de uma outra criação... Talvez ele não me amasse incondicionalmente acima de qualquer outra pessoa, como eu desejava tão profundamente, mas ele me amava sem sombra de dúvidas, e o seu olhar me dizia isso. Mas muitas coisas do passado me faziam querer não acreditar naquilo e me levavam a ignorar toda a ternura conquistada...

Ele era encantador, alegre, bem humorado, mesmo não sabendo contar piadas perfeitamente...rs. Seu beijo e seu toque me faziam sentir calafrio na barriga mesmo depois de 4 anos... E, apesar de tantas brigas e incontáveis lágrimas, com certeza eu nunca fui mais feliz em toda a minha vida...

Sim, tudo no passado, porque hoje esse príncipe não é mais meu... As viagens que a gente ia fazer juntos não serão mais planejadas, os sonhos que a gente compartilhou terão que se adaptar, e os nossos filhos não irão mais nascer... o que vai ser dos gêmeos agora?

Quem sente muito sou eu!!! Os meus anseios tão normais para qualquer mulher, os meus desejos tão intensos e os meus planos tão palpáveis e inacreditavelmente possíveis não serão mais realizados... E eu não me culpo por querer demais ou sonhar, pois sempre será melhor acreditar mesmo com a possibilidade de se frustrar do que ter um coração cético e gelado. É, eu mudei de idéia... não quero que o meu coração se adapte ao mundo... quero ele do jeitinho que ele é... talvez um pouco mais amadurecido (isso seria bom) mas sempre com esse amor incondicional.

Consegui parar de chorar... Consegui acalmar o desespero... Mas ainda me sinto uma idiota. Uma idiota por tantos motivos... Mas também uma pessoa completa, com seus sentimentos e impulsividades, com seus defeitos e qualidades, com suas tantas possibilidades como uma pessoa que eu sou.

Queria pedir desculpas pelo que eu não consegui ser e dar o meu perdão por aquilo que eu possa ter julgado inapropriadamente.

Mas a vida é assim... deve ser assim, né? Com erros e acertos... com dias de sol e outros nublados... Sem mais para o momento... vou ficando por aqui com minhas reflexões por hoje, aceitando um pouco mais do mundo e de mim mesma!!!

domingo, 19 de setembro de 2010

Que sentimento mais traidor do que o amor?


Nós (meninas) somos ensinadas desde cedo ao amor perfeito. Aos contos de fadas. Ao final feliz para sempre. Ao ideal, ao complemento, à outra metade, à alma gêmea... etc.

Aprendemos que devemos ser o alicerce do nosso lar. Que devemos ser boas donas de casa (cozinhar, limpar, lavar, passar, fazer sexo todas as noites, entre outros atributos). Que devemos ser o apoio quando preciso e ser submissas quando necessário. Que devemos cuidar da aparência, dos filhos e das contas. Que devemos pensar na relação antes de pensar em nós mesmas. Aprendemos muitas coisas e deduzimos tantas outras. E desejamos intensamente tudo isso.

Qual menina não se inspira nos lindos filmes de princesas que são vendidos até hoje no formato “eles se apaixonam perdidamente+enfrentam um obstáculo grandessíssimo ao amor dos dois+e viveram felizes para sempre”?

Qual menina não se influencia pelo pensamento machista da sociedade e vai interiorizando a máxima de que “homens são diferentes e possuem direitos e deveres que mulheres não possuem”?

Qual menina não sonha em encontrar o seu príncipe (perfeito) e ter um amor só pra si de uma pessoa que lhe admire, respeite, paparique e ame incondicionalmente acima de qualquer outra pessoa?

Eu só queria um amor desses de contos de fadas, mas fui enganada por uma ilusão!

O meu coração foi tão condicionado a tudo isso, que hoje se tornou um coração cético, cheio de feridas e de cicatrizes. Meu coração está chorando e quer muito achar um culpado para tudo isso... Porra! Por que não dizem a verdade desde o início? Por que no campo dos relacionamentos só quem se machuca profundamente são os mais românticos e sentimentais? Por que quem sonha sempre se frustra?

Definitivamente eu ainda não estou preparada para o mundo que ta aí fora! Eu preciso enrijecer os meus sentimentos, esfriar o meu coração, desiludir meus sonhos, racionalizar minhas emoções e saber controlar totalmente minhas atitudes. Talvez aí eu esteja um pouco protegida contra mim mesma.

Mas, por hoje, eu só queria conseguir parar de chorar e acalmar o desespero sem tamanho que se apoderou de mim sem que eu pudesse ao menos lutar... Como eu sou idiota!

quinta-feira, 2 de setembro de 2010

Novas expectativas...


E aí, gente? Tudo em cima?
Tô sumida por aqui, eu sei. Tenho estado num momento “falta de tempo/inspiração” total... Mas mesmo assim, queria compartilhar mais um pensamento...
           

Lembram daquela prova do Cespe e tals? Pois é, passei no vestibular!!! Dá para acreditar??? Quão grande não foi minha surpresa quando o “gatinho” me ligou para me dar os parabéns por eu ter passado no curso de Artes Plásticas da UnB? Enorme!!! Afinal, já são 11 anos (não espalhem) que eu não estudo matérias do tipo matemática, química, biologia, física etc...

Eu sei que a nota corte para entrar nesse curso é baixíssima (muito mesmo), mas mesmo assim não esperava chegar lá!!!

Surpresas de lado, fiquei me questionando o que aquilo tudo significava, seu peso, suas vantagens e desvantagens... Eu, com vinte e oito anos de idade, 5 vestibulares no currículo, 4 aprovações, 3 faculdades, 3 cursos diferentes, um trancamento, um abandono e uma conclusão. O que eu espero disso tudo? Aonde chegar com essa mistureba toda?

Não sei!!! Eu não sei aonde eu quero chegar pulando de galho em galho desse jeito, nem o que isso vai me adicionar ao longo dessa jornada... Mas não podem me culpar de não ter tentado!

Decidi então fazer a matrícula...  Vamos lá, mais quatro, cinco ou seis anos em uma graduação? Por aí...  Meu coração está confuso, confuso... Um sentimento de não saber qual caminho pegar... qual a melhor escolha...  como não perder mais tempo! Afinal, o que mais me preocupa é a perda de tempo, porque se o tivéssemos a nosso favor, não iríamos nos preocupar com a decisão certa, já que poderíamos voltar atrás e recomeçar a qualquer hora!

Então, é isso! Mais uma vez um início, mais uma vez uma expectativa, e mais uma vez uma escolha! É claro que eu espero que dê certo e que o desânimo não me atinja dessa vez! Perseverança, é o que eu espero!